Jerry Siegel

País de nascimento: Estados Unidos da América
★ 17 de outubro de 1914
✝ 28 de janeiro de 1996

Lista de revistas com trabalhos de Jerry Siegel

Veja lista detalhada dos trabalhos

Trabalhos	Total
Argumento	6
Editor original	2
História	76
Roteiro	363

Um dos criadores de “Superman”. Jerome “Jerry” Siegel era um garoto judeu de Cleveland cuja dieta consistia de pilhas de “pulps” de ficção científica e histórias em quadrinhos, em especial aquelas de Edgar Rice Burroughs (o criador de Tarzan e John Carter de Marte), mas também os contos de Philip Wylie (“Gladiador”) e nas aventuras de “Doc Savage”. Em 1933, no frescor de sua adolescência, sua mente fervia de idéias. Certo dia, ele bolou o argumento de uma nova história, cujo personagem era um alienígena poderosíssimo chamado Superman, um vilão que fizera mal uso de seus poderes. No ano seguinte, 1934, o personagem foi reformulado como um alienígena que chega à Terra para lutar pela justiça. Siegel correu à casa do parceiro, colega de escola e desenhista Joseph “Joe” Shuster e explicou o que tinha em mente. Shuster então criou o visual daquele novo e estranho personagem.

Siegel e Shuster tiveram dificuldades para vender sua tira aos jornais. Chegaram a apresentar sua criação para Will Eisner (o criador do “Spirit”), mas tanto este quanto o editor Jerry Iger acharam a historieta pouco profissional. Mas Maxwell Charles Gaines via a historieta com simpatia e a indicou para Harry Donelfeld e Jack Liebowitz — proprietários da National Periodicals Publications (DC Comics). (Na auto-biografia quadrinizada de Will Eisner, “O sonhador”, esse episódio é mostrado a partir da página 25 da edição da Devir. Na biografia, Gaines e “Superman” tiveram seus nomes mudados para “Chuck Maxwell” e “Bighero”, respectivamente)

A história foi aprovada mas, como ela foi feita no formato de tiras para jornais, os autores tiveram de adaptá-la para o formato revista. Assim, com 13 páginas, “Superman” finalmente estreiou, no primeiro número da “Action Comics”, em 1938. A HQ foi um sucesso, e o novo personagem passou a aparecer em todas as capas do gibi (que até então revezava com outos personagens). Com Superman tornando-se cada vez mais popular, Siegel e Joe montaram um estúdio em Cleveland e contrataram uma equipe de artistas para ajudar Shuster a produzir a demanda de histórias que os editores queriam. Em julho de 1943 Siegel foi convocado para o exército.

Em maio de 1947, Siegel e Shuster, numa bobeada histórica, acabaram vendendo os direitos do Superman para a National. Após ver a mancada que fizeram, tentaram criar outros heróis, como “Rigolô”, mas nenhum fez o mesmo sucesso do kryptoniano indestrutível.

Enquanto isso, pipocavam os imitadores: “Homem-Miraculoso” da Fox, “Master Man” da Fawcett (curiosamente, ambos criados por Will Eisner), “Steel Sterling” da MLJ (Archie) e até o “Capitão Marvel” bebeu nas águas do Homem de Aço. E o próprio Siegel, em 1956, quando não produzia mais sua obra-prima, tentou um “Mr. Muscle” (publicado no “Globo Juvenil Mensal” com o nome de “Hércules”) quando trabalhou como “free-lancer” para a editora Charlton.

Em 1959 Siegel foi convidado para trabalhar de novo na DC, onde fez “Superman”, “Superboy” e outras revista da série anonimamente (o contrato não permitia que ele fosse creditado). Mas, desta vez, os roteiros de Siegel não eram grande coisa — o que foi até bom porque, com o anonimato, aqueles scripts não o comprometeram.

Siegel continuou com “Superman” e outras revistas DC até 1966. Um pouco antes, em 1965, começou a colaborar também com a Archie, que o contratou para que imitasse o estilo da concorrente Marvel — que fazia sucesso na época com “Homem-Aranha” e de outros super-heróis. A idéia era fazer os heróis da Archie (Homem-Mosca, Titan, Jaguar etc.) participarem das revistas uns dos outros, formando assim um universo coeso de super-heróis da editora (batizado como “Mighty Crusaders”). Para a tarefa, Siegel contou com os com desenhos de Paul Reinman (ex-desenhista da Marvel) e Mike Sekowsky. Como resultado, o nome original do Homem-Mosca foi mudado de “The Fly” para “Fly-Man” (como “Spider-Man”) que, a rigor, era o nome de um antigo super-herói da Harvey, de 1941. Mas, no ano seguinte, 1966, com a estréia da série de TV “Batman”, os heróis da Archie começaram a seguir também aquele estilo “camp” do programa. A experiência acabou não dando certo e a linha dos “Poderosos Crusados” foi cancelada dois anos depois, em 1967. E, ainda naquele ano de 1967, sentindo-se humilhado pela DC, Siegel voltou a processar a editora.

- Antônio Luiz Ribeiro

Notas e fontes —
(na foto, Siegel nos anos 70)
http://hqmaniacs.uol.com.br/principal.asp?acao=materias&cod_materia=149
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