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Zé Carioca



Nome original: Joe Carioca
Licenciador: Walt Disney
País de origem: Estados Unidos da América
Criado por: Walt Disney

Lista de revistas com participação de Zé Carioca

    Primeira aparição no:
  • País de origem
    Joe Carioca (Páginas Dominicais)  n° 1 - King Features Syndicate
  • Brasil
    Globo Juvenil, O  n° 878 - O Globo
Criado em 1942 por Walt Disney, durante sua turnê pela América Latina, como parte dos esforços dos Estados Unidos para reunir aliados durante a Segunda Guerra (1939-45). Historicamente, esse evento foi chamado de Política da Boa Vizinhança.

Disney chegou ao Brasil em 16 de agosto de 1941, junto com uma equipe de 18 artistas de sua confiança (seu estúdio nos EUA enfrentava uma greve). Após conversar com brasileiros como João de Barro, Guaraná — então Relações-Públicas da Pan-Am — e Getúlio Vargas, Disney constatou que entre nós se contava bastante piadas de papagaio. O gênio americano então não teve dúvidas: o novo herói seria um papagaio e seu nome seria Joe Carioca, ou melhor, José Carioca. De volta à Califórnia, Disney lançou o personagem no filme “Alô, Amigos” (Saludos Amigos), de 24 de agosto de 1942 (mas que curiosamente só estreou nos cinemas americanos em 1943).

Esse desenho animado tinha quatro partes, sendo a quarta e última chamada “Aquarela do Brasil”, tendo como tema a música de mesmo nome, de Ari Barroso, na voz de Aluísio de Oliveira. No segmento, Zé apresentava um jeitão cheio de ginga e conversa fácil. Nos filmes, a divertida voz do Zé não é de um carioca, e sim de um paulista: José do Patrocínio de Oliveira, o Zezinho, músico bastante popular nos Estados Unidos, principalmente na Califórnia.

Em 1945 foi produzido um segundo filme com Zé como convidado: “Você já foi à Bahia?” (The three caballeros), também em quatro partes, misturando desenho com atores de carne e osso. Na terceira, nosso herói aparece naquele estado nordestino ao lado do Pato Donald e da cantora Aurora Miranda, irmã da imortal Carmen Miranda.

Nos quadrinhos, a primeira aparição do papagaio ocorreu nos quadrinhos de jornais, em 11 de outubro de 1942, na história “Como almoçar de graça”, com roteiros de Hubie Karp, desenhos de Bob Grant e Paul Murry, e arte-final de Dick Moores e Karl Karpé. A história foi publicada em 48 páginas dominicais e estendeu-se até 5 de setembro de 1943. O Zé dos quadrinhos é praticamente o mesmo dos desenhos animados: simpático, malandro, desempregado, bom de lábia.

No início, as HQs do Zé publicadas no Brasil eram feitas nos Estados Unidos. Mas, como eram poucas (em 1945, suas HQs deixaram de ser feitos nos EUA; a última foi a adaptação do filme “Você já foi à Bahia?”), a Editora Abril contratou artistas locais para produzirem novas HQs. Entre os brasileiros que fizeram Zé estão Jorge Kato, Renato Canini (gaúcho que desenhava o personagem mesmo nunca tendo estado no Rio) e Gustavo Machado.

Nas primeiras tiras, nosso herói se vestia como um típico malando da Lapa (antigo bairro boêmio do Rio): chapéu palheta, terno, gravata borboleta e sapato impecavelmente engraxado. Também andava sempre com um guarda-chuva (herança de uma figura muito conhecida das ruas do Rio na época: o dr. Jacarandá). Com o passar dos anos, aquela indumentária saiu de moda (assim como o próprio malandro da Lapa desapareceu). Percebendo o anacronismo visual do personagem, o desenhista Herrero trocou seu paletó por uma camiseta. Mais mudanças aconteceriam pelas mãos de Canini: o desenhista gaúcho tirou-lhe o chapéu, gravata borboleta e o guarda-chuva, substituindo-os por um visual mais tropical. Apesar do novo visual, o simpático bicudo continuou com a mesma personalidade de sempre.

Outra mudança ocorreu na residência do herói. Na primeira HQ, publicada em 1942, Zé morava no barraco de uma favela qualquer. Depois, ele passou a residir numa casa, em um bairro não identificado. Passado algum tempo, voltou a morar num barraco, desta vez no morro. Só então foi para a famosa Vila Xurupita, de onde não saiu mais.
Na década de 1990, passou a usar boné para trás, tênis e roupas multicoloridas, mais tarde, a roupa ficou mais "sóbria", mas o boné continuou.

Além do Brasil, o personagem possui histórias produzidas na Holanda, que mantém as características das pranchas dominicais.

Em 2020, a editora Culturama (que assumiu os quadrinhos Disney em 2019, após o término das edições da Abril) passou a publicar novas histórias do papagaio na revista Aventuras Disney, o personagem foi novamente reformulado, passando a usar um chapéu panamá, camiseta branca e uma calça azul;
Notas e fontes —
“Anos de Ouro do Zé Carioca”, 1989;
“Zé Carioca 60 Anos”, Editora Abril, 2003


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