Vertigo: Além do Limiar


Lady Fantasma I



Nome: Sandra Knight
Nome original: Phantom Lady
Licenciador: DC Comics
País de origem: Estados Unidos da América
Criado por: Arthur Peddy

Lista de revistas com participação de Lady Fantasma I

    Primeira aparição no:
  • País de origem
    Police Comics (1941)  n° 1 - Quality Comics
(ao lado, a personagem desenhada por Matt Baker)

Chamada no Brasil de “Lady Fantasma” (na Panini) e “Mulher Fantasma” (no “Guri”), foi uma das muitas heroínas sexys dos anos 40 do gênero “good girl”, estilo gráfico que consistia basicamente em mostrar garotas voluptuosas e com pouca roupa em situações de perigo ou em poses sensuais.

Apareceu pela primeira vez como historieta complementar, na revista “Police Comics” 1, em 1941 (com data de agosto, mas vendida nas bancas americanas bem antes, possivelmente em maio). Embora fosse publicada pela editora Quality (a mesma de “Homem-Borracha” e “Spirit”), Lady Fantasma era uma criação do estúdio Eisner & Iger (de Will Eisner e S.M. "Jerry" Iger), que a criou para aquele primeiro número de “Police”. O desenhista era Arthur Peddy, artista obscuro cujos únicos destaques eram “Flint Baker” e “Guarda Raul” (“Rookie Rankin”).

Na primeira história não é explicada a origem da moça. Ela já aparecia combatendo o crime. Mas Lady Fantasma era, na verdade, a “socialite” Sandra Knight, filha de um senador americano. Naquela primeira aventura, os dois eram as únicas testemunhas de um complô ocorrido em Maryland. Mais tarde, transformando-se na heroína (o curioso é que fazia isso usando um uniforme que se resumia a maiô e capa, sem máscara e, ainda assim, não era reconhecida), a bela morena decidiu procurar os culpados nos arredores da cidade. Sua única arma era uma poderosa lanterna de luz negra que cegava seus oponentes (idéia reaproveitada, décadas mais tarde, em HQs como “Manto & Adaga” e “Manto Negro”). A tal luz negra também funcionava nos faróis de seu carro, uma espécie de “Fantomóvel”. Tudo era muito inocente, como de praxe na época: bastava você botar uma fantasia para não ser reconhecido (ver o “Superman), os americanos viam os políticos como patriotas... Sem contar que, naquelas primeiras histórias, o erotismo (se é que havia algum naquelas primeiras histórias) era apenas visual, pois o comportamento de Lady Fantasma era tão assexuado quanto o de todos os outros heróis. Na verdade, aquela ainda não era a Lady Fantasma que encheria os olhos dos leitores masculinos.

A personagem começaria a mudar a partir de 1943, quando passou para as mãos de Frank Borth. O novo desenhista deu à ela um decote no peito e uma máscara. Mesmo com esses fetiches, Lady Fantasma foi cancelada no final daquele ano. Era o final da Guerra, quando a maioria dos super-heróis de gibis começava a sair de cena para dar espaço aos cowboys e aos gibis de romance. Mas em 1947, outra editora, a Fox, apostou na heroína e começou a publicá-la a não só em revista própria como também no gibi “All Top Comics”. Esse material da Fox continuava sendo produzido no estúdio de Iger, agora sem Eisner, com quem desfez sociedade. Há quem diga que Iger sempre viu potencial na sua garota de papel. Para esse novo empreitada, ele escalou o desenhista Matt Baker (de “Rulah”). Baker (um dos poucos artistas americanos negros dos anos 40 que optaram pelos quadrinhos ao invés do jazz) era um dos melhores desenhistas de garotas da época. Sua Lady Fantasma, agora usando um curtíssimo uniforme azul e vermelho, exibia-se com uma mini-saia e seios mais fartos, para deleite da molecada. Sua marca registrada era um fetiche: aparecer frequentemente amarrada ou acorrentada, principalmente nas capas. Mas a revista não chegou aos anos 50: terminou em 1949, substituída pelo título “My Love Secret”. Os tempos eram outros, com pouco espaço nas bancas para os super-heróis.

- Antônio Luiz Ribeiro


Relate algum problema encontrado nesse personagem