Vertigo: Além do Limiar


Capitão 7



Nome: Carlos
Licenciador: Herdeiros de Ayres de Campos
País de origem: Brasil
Criado por: Ayres Campos, Jayme Cortez, Rubem Biáfora

Lista de revistas com participação de Capitão 7

    Primeira aparição no:
  • Brasil
    Capitão 7  n° 1 - Outubro
O primeiro super-herói brasileiro surgiu, na verdade, nos anos 50 e não nos quadrinhos, mas na televisão. Tratava-se do "Capitão Sete", que nasceu na TV Record de São Paulo (não confundir com a Record atual) e foi exibido ao vivo pela primeira vez em 1954 . Foi criado pelo ator e boxeador Ayres Campos, que também o interpretava. No início, o Capitão não era um super-herói como conhecemos. Fazia mais um tipo "Flash Gordon", que foi evoluindo a cada episódio. A princípio, o personagem não voava, usava só espadas e pistolas de raios.

O Capitão tinha como assistente a então garota-propaganda da Record, Idalia de Oliveira. Contava com sua nave, onde observava as atitudes dos demais humanos na Terra. Quando encontrava alguém em apuros, descia da nave, vestia seu capacete e sua inconfundível roupa, com um "sete" atravessado por um relâmpago no peitoral. O número sete era por causa do canal. Assim, todos associavam o Capitão Sete, como o "herói da Record", "herói do 7".

A origem do herói remonta sua infância, numa cidade do interior paulista, quando sua família ajudou um alien que, em troca, cuidou da educação do pequeno Carlos em seu planeta de origem.

Quando voltou, o jovem tinha superpoderes. A partir daí, passou a enfrentar vilões na Terra e no espaço e, em sua identidade secreta, era um tímido químico. O programa era em preto e branco, mas o figurino do herói, na TV, era originalmente de coloração azul e preta.

Ayres Campos era um ator com visão empresarial, semelhante a Maurício de Sousa. A Record lhe deus os direitos do herói e ele patenteou em seu bome, licenciou-o para vários produtos e arranjou como patrocinador o leite Vigor. A próxima etapa seria transformar o Capitão em herói de gibi. Licenciou o personagem para a editora Continental. A adaptação ficou a cargo do diretor artístico da editora, Jayme Cortez. Este, ao que parece, se preocupou mais em dar vida e conteúdo ao personagem do que o próprio criador, pois Campos visava unicamente o bolso do consumidor, seja através da TV ou da fábrica de uniformes do herói. E deu certo, pois o ator-empresário ficou rico.

Foi Jayme Cortez que transformou Capitão Sete num herói voador e, junto com seu grupo de desenhistas, bolou as histórias — todas quase sempre com texto final do redator Hélio Porto. A origem do Capitão foi apresentada no n° 1 (1959), desenhada por um jovem Júlio Shimamoto. Os desenhistas eram Getulio Delphim, Juarez Odilon, Osvaldo Talo, Sérgio Lima e Jitahi. Já na equipe de roteiristas encontravam-se o mestre Gedeone Malagola, elena Fonseca e Hélio Porto.

No gibi, a origem era a mesma da TV, com poucas diferenças: o Capitão era, na verdade, um químico nerd chamado Carlos, namorado de Silvana, filha de um figurão da Interpol. Quando garoto, Carlos foi levado para o Sétimo Planeta, onde desenvolveu super-poderes como super-força, poder de vôo e uma inteligência excepcional. Guardava seu uniforme comprimida numa caixa de fósforos.

O gibi durou até 1964, com cerca de 60 números. A série de TV foi cancelada dois anos depois.

Em 1983, uma revista promocional do personagem, distribuída como brinde junto a uma linha de fantasias infantis criadas por Ayres Campos foi lançada, com roteiro de Maio Miranda (diretora da série de TV) e desenhos de Douglas Galindo.


Em 2007, o quadrinista Samicler Gonçalves tentou incluir o Capitão 7 em um crossover com seu herói, o Cometa, mas teve o pedido recusado pela família do criador. Para contornar, o roteirista Antonio Tadeu criou o herói Lunar, inspirado nos clássicos dos anos 60, em uma edição de Cometa.

Ele também aparece na HQ Alfa – A Primeira Ordem como membro do grupo histórico Primeira Ordem, ao lado de Raio Negro, Capitão Gralha, Homem-Lua e O Flama.


Em 2022, o Capitão 7 voltou ao destaque no jogo de luta Brazooka's, liderando uma facção de heróis brasileiros contra a entidade cósmica Syrius.

Em 1997, Ayres Campos anunciou o retorno do Capitão 7 em uma nova HQ, desenhada por Anderson Siqueira e prevista para publicação pela Voga Comunicação. Ayres decidiu reformular completamente o herói, deixando de lado a identidade secreta “Carlos” e se declarando como o próprio Capitão 7. A principal novidade foi a introdução de um anel dourado com sete diamantes, cada um conferindo um poder especial com duração de sete minutos. Essa nova abordagem buscava dar ao personagem uma identidade mais única e coesa, mas, apesar do entusiasmo, a revista acabou não sendo publicada.

Fontes:
Antônio Luiz Ribeiro em "Zona Total" e "Heróis brazucas" n° 2 (2001);
"Mundo dos Super-Heróis" n° 19;
https://www.instagram.com/capitao7oficial/
https://super-herois-brasileiros.fandom.com/pt-br/wiki/Capit%C3%A3o_7
http://andersonsiqueiraquadroaquadro.blogspot.com/2009/05/poucos-podem-dizer-fui-amigo-de-um.html
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/tvfolha/tv190110.htm

Capitão 7



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  • Erico Molero
  • Adicionado por
    Erico Molero
    em 21/05/2007 06:49:00