Vertigo: Além do Limiar


S. M. Iger - ‘Jerry Iger’



22 de agosto de 1903
5 de setembro de 1990

Lista de revistas com trabalhos de S. M. Iger - ‘Jerry Iger’
Veja lista detalhada dos trabalhos


Samuel Maxwell “Jerry” Iger foi o co-fundador (junto com Will Eisner) do Eisner & Iger, o lendário estúdio que produzida alguns dos melhores gibis entre o final dos anos 30 e nos anos 40.

Iger conheceu Eisner em 1936. Na época, Iger era o editor da “Wow, What a Magazine!”, quando Eisner se apresentou pedindo emprego na revista. O editor gostou do serviço do rapaz e logo se tornaram amigos.

Em 1937 a dupla criou sua primeira personagem importante: “Sheena, a Rainha das Selvas”, para ser distribuída em jornais e revistas. No livro “Iger Comics Kingdon" (1985), Jerry Iger revelou que Sheena foi visualmente “inspirada" em uma atriz chamada Cynthia Evans. Um dos clientes de Eisner & Iger era o Editors Press Service, que passou a nova personagem para a revista britânica “Wags” número 1, publicada naquele mesmo ano.

A historieta era assinada por “W. Morgan Thomas”, que nada mais era que um pseudônimo criado para dar a impressão que o estúdio Eisner & Iger tinha mais de dois autores. Mas quando a situação financeira melhorou, a dupla contratou reforços: Wally Wood, Jack Kirby, George Tuska, Bob Kane e Lou Fine.

Outra heroína do estúdio Eisner & Iger era “Lady Fantasma”, criada para o primeiro número de “Police Comics”, da editora Quality, e durou de 1941 até o final de 1943. Com o fim da Guerra, as vendas cairam muito e as editoras cancelaram muitos de seus títulos, mantendo apenas os mais populares.

Mas em novembro de 1945, o editor Victor Fox achou que era hora de investir em comics novamente. Para isso, teve que engolir o orgulho e fazer as pazes com iger, que tinha sido tapeado por Fox anos antes. Um dos personagens ressuscitados nessa nova era foi justamente Lady Fantasma, que voltou em 1948, pela editora Fox.

Esse material da Fox continuava sendo produzido no estúdio de Iger, agora sem Eisner, com quem desfez sociedade (Al Grenet assumiu o lugar de Eisner). Há quem diga que Iger sempre viu potencial na sua garota de papel. Para esse novo empreitada, ele escalou o desenhista Matt Baker (de “Rulah”). Sua Lady Fantasma, agora usando um curtíssimo uniforme azul e vermelho, exibia-se com uma mini-saia e seios mais fartos, para deleite da molecada. Sua marca registrada era um fetiche: aparecer frequentemente amarrada ou acorrentada, principalmente nas capas. Mas a revista não chegou aos anos 50: terminou em 1949. Os tempos eram outros, com pouco espaço nas bancas para os super-heróis.

Ainda assim, novas tentativas eram feitas. Em 1954, Robert Farrell, da Farrell Publication - outro cliente do Estúdio Iger -, reviveu a revista. Só que, com o advento do Comics Code Authority (o Código de Ética dos gibis americanos, criado naquele ano) e preocupado com as acusações de ser uma personagem masturbatória, Farrell, Baker, Iger e equipe modificaram o uniforme mais uma vez, deixando-o desta vez mais comportado. Nesta nova versão, os inimigos de Lady Fantasma eram os comunistas. A nova empreitada também teve vida curta: durou até junho de 1955. Nessa época, muitas das antigas editoras de quadrinhos começavam a sair do mercado de gibis. Só as maiores (Marvel, Dell, Archie) seguiam em frente com suas revistas.

Na auto-biografia quadrinizada de Will Eisner, “O sonhador”, os bastidores da relação do autor com Iger são relatadas a partir da página 15 (da edição da Devir). Na biografia, Iger, seu empregador John Henle e sua revista "Wow" tiveram seus nomes disfarçados para "Jimmy Samson", "Henry" e "Socko", respectivamente.

- Antônio Luiz Ribeiro



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    Antônio Luiz Ribeiro
    em 10/05/2008 22:25:00