Vertigo: Além do Limiar


Místyko



Licenciador: sem licenciador
País de origem: Brasil


Lista de revistas com participação de Místyko

A segunda metade dos anos 60 foi marcada pela queda do gênero faroeste e a ascensão dos super-heróis. A editora Graúna, aproveitando o sucesso de seu “Golden Guitar”, lançado um ano antes, publicou, em 1968, um novo herói, criação do roteirista Percival de Souza. Assim como “Golden Guitar” era calcado em cima do sucesso da Jovem Guarda, o novo herói da casa, “Mistyko”, também se valeu do sucesso de um programa da época: o novo herói voador foi criado em cima da popularidade do “Ultraman” japonês.

Assim como o herói nipônico tinha os poderes de uma raça alienígena, “Mistyko” tinha suas habilidades adquiridas de um deus atlante. Seu alter-ego era um arqueólogo da cidade fictícia de Cosmópolis, chamado Professor Calvet, que, ao dominar os segredos de antigas civilizações, reviveu um tal “Mistyko, Deus da Justiça” da antiga Atlântida. Sempre que surgia perigo, o Professor (que era a cara do Matt Murdock, o “Demolidor”) colocava um capacete cônico que o permitia catalizar as forças latentes da natureza e se transformar no herói (já o “Ultraman” usava uma caneta, lembram?). Mas, apesar dos incríveis poderes, Calvet tinha um “calcanhar de Aquiles”: se ele deixasse de ser honesto, ao botar o capacete seria morto imediatamente, coisa que, claro, nunca aconteceu.

Os roteiros da série eram do Rivaldo Amorim, que já tinha experiência no gênero (foi roteirista do “Pele de Cobra”). Amorim envolvia “Mistyko” em aventuras repletas de forças sobrenaturais, vilões gigantes (como “Malik, o Robô com Cérebro Humano”) e organizações internacionais.

A arte era da mesma dupla de “Golden Guitar”: Apa (José Aparecido da Silva) e Rubens Cordeiro (Eugênio Colonnese também colaborou no personagem). Cordeiro era adepto do traço limpo e arrojado dos artistas Milton Caniff e Alex Toth, por isso “Mistyko” lembrava um pouco os desenhos animados de Toth, como “Herculóides” e “Mighty Tor”. O rosto do personagem lembrava também um egípcio dos tempos dos faraós: capacete oval, olhos felinos, cavanhaque e um ponto colorido no meio da testa. Seu uniforme era uma malha vermelha, simples, sem enfeites, mas bonita.

“Mistyko” teve apenas três histórias. Além da revista própria, teve também o “Superalmanaque 3 heróis” — uma publicação de encalhe que reuniu em um único volume as revistas-sobras do “Homem-Fera”, “Mistyko” e “Golden Guitar”.

E o herói nunca mais voltou a ser publicado. Seus autores também parecem ter se dispersado para outros campos: Amorim entrou no ramo dos desenhos animados; Cordeiro foi para o quadrinho de terror. Apa sumiu do mundo dos quadrinhos. (ALR)





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