Juca Pato

Licenciador: sem licenciador
País de origem: Brasil
Criado por: Belmonte

Lista de revistas com participação de Juca Pato

Se, nas décadas de 1930 e 1940, se perguntasse a qualquer paulistano qual era a figura mais popular na cidade, ele com boa dose de certeza diria que era o Juca Pato. A popularidade podia ser comprovada nas ruas: havia bar, restaurante, marca de cigarro, graxa de sapato, vinho, água sanitária, pacote de café, aperitivo de bar e até letra de samba com o nome Juca Pato. Contudo, Juca Pato nunca teve uma existência de carne e osso. Foi um personagem criado pelo jornalista, caricaturista e ilustrador Benedito Carneiro Bastos Barreto, conhecido pelo pseudônimo Belmonte. Não era um chargista que apelasse para o primarismo, a grosseria crua, o deboche. Ao contrário, tudo nele revelava nítida preocupação intelectual, claro pendor ao refinamento das leituras, do estudo, da erudição. Nas décadas de 1920 a 1940 ele ilustrou o jornal Folha de São Paulo, através de sátira e ironia. Foi nas páginas daquele jornal, então chamado Folha da Noite, que, em 1925, Belmonte criou o Juca Pato.
Juca Pato representava o cidadão comum, trabalhador, honesto, pagador de impostos, perplexo, irritado e por vezes apoplético com os desmandos do custo de vida, da burocracia, da corrupção política e da exploração do povo. Era a voz dos inconformados, do “Zé Povinho que sempre paga o pato” e que reivindica mudanças sociais.
Baixinho, careca ("de tanto levar na cabeça"), usando óculos de aro de tartaruga e polainas, Juca tornou-se um símbolo do homem comum que não se conformava com os que queriam espezinhá-lo. Concentrava seus ataques sobre a corrupção e a arrogância dos ricos, apresentando-se como defensor dos fracos.
Durante o governo de Getúlio Vargas, principalmente após a decretação do Estado Novo, Juca Pato teve muitas de suas charges censuradas. Belmonte, não podendo criticar a realidade nacional, voltou então seu personagem contra o nazi-fascismo, o que também lhe valeu ameaças e tentativas de amordaçamento.
A Companhia Editora Nacional publicou uma coletânea de suas charges em 1933, "Assim Falou Juca Pato".
Juca Pato, dentro da caricatura nacional, é o único personagem que caracterizou o protesto por mais de 20 anos. Em 1962, a União Brasileira dos Escritores criou o prêmio Juca Pato de Intelectual do Ano.

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Adicionado por
Antônio Luiz Ribeiro
em 12/10/2009 14:21:00

Editado por Daniel Daudt Sagebin, Márcio dos Santos | Ver outras contribuições