Vertigo: Além do Limiar


J. Edgar Hoover



Licenciador: Personagem Real


Lista de revistas com participação de J. Edgar Hoover

John Edgar Hoover [1885-1972] foi um policial norte-americano o qual, durante 38 anos, exerceu a função de 1º diretor do FBI (Federal Bureau of Investigation), considerada a maior organização policial do mundo e autoridade número um da América do Norte. Hoover trabalhou na Biblioteca do Congresso. De educação luterana, formou-se em Direito aos 22 anos e empregou-se logo em seguida no Departamento de Justiça dos Estados Unidos, onde sua ascensão foi rápida. Em 1919, foi indicado para investigar estrangeiros sob suspeita de subversão. A sua missão levou à expulsão de um grande número de pessoas do país. Bem sucedido neste encargo, foi nomeado para trabalhar como assistente de direção do FBI.

Poucos anos depois, em 1924, tornou-se o chefe do Departamento. Durante o tempo em que ficou no comando – até sua morte, em 1972 –, serviu a oito presidentes e 18 secretários de Justiça. É responsável por mudar radicalmente a história do FBI, da ineficiente organização com 657 agentes (muitos dos quais corruptos) a maior organização policial do planeta, com mais de 16 mil funcionários, além de modernos métodos de investigação criminal. No ano de sua morte, os arquivos do FBI possuíam mais de 200 milhões de impressões digitais.

Durante a secada de 1930 sua fama crescia enquanto combatia criminosos famosos, como John Dillinger e Baby Face Nelson. O trágico sequestro do bebê Lindbergh – filho do milionário aviador Charles Lindberg, o homem mais querido e respeitado dos Estados Unidos de então –, ocorrido em 1932, ajudou Hoover a obter do Congresso a transformação do Bureau of Investigation em um órgão realmente federal, com muito mais recursos, uma estrutura muitíssimo mais ampla e poderes para investigar crimes em todos os Estados, com primazia sobre as polícias estaduais. Durante o Macarthismo, participou na caça de espiões e comunistas. Tem sido dito que Edgar Hoover afirmava Clyde Tolson como seu alter-ego.

Sempre juntos, eles trabalhavam durante o dia, faziam suas refeições, socializavam-se à noite e passavam suas férias na companhia um do outro. Rumores circularam durante anos de que os dois tiveram um relacionamento romântico, fato rejeitado por alguns autores e "confirmado" por outros. Assim que Hoover morreu, Tolson herdou sua propriedade de 550 mil dólares, mudou-se para sua casa e cobriu o caixão de Hoover com a bandeira dos EUA. A sepultura de Hoover fica a poucos metros do túmulo de Tolson no cemitério do Congresso. Apesar das insinuações, contudo, não há provas, haja vista todos os arquivos pessoais que Hoover guardava sobre si mesmo terem simplesmente desaparecido.

Em 1956, Hoover ficou extremamente frustrado com empecilhos criados pela Justiça americana em condenar pessoas por razões políticas, ativismo ou atividades as quais ele via como ameaça. Foi então que ele criou formalmente um programa clandestino de “jogos sujos” chamado “dirty tricks”, o Programa COINTELPRO. Este era realizado pelo próprio FBI e seus agentes. Consistia em sabotagem, intimidação e perseguição de indivíduos e grupos escolhidos por Hoover como alvo das atividades destrutivas do programa. O COINTELPRO permaneceu secreto até 1971 e só foi exposto após o roubo de documentos secretos sobre o programa. COINTELPRO foi usado para iniciar investigações intimidadoras e perseguir pessoas notórias, tais como: John Lennon, por seu protesto contra a Guerra do Vietnã; Martin Luther King, por seu ativismo; Frank Sinatra, por suas ligações com a máfia; Charlie Chaplin, por suspeita de comunismo, entre inúmeros outros.

Os métodos incluíam: infiltração de movimentos pacifistas, roubos, escutas telefônicas, invasão domiciliar e uma série de operações clandestinas ofensivas e ilegais. Historiadores e pesquisadores afirmam que o programa incluía a incitação à violência e assassinatos. Em 1975, as atividades do COINTELPRO foram investigadas pelo Church Committee e suas atividades foram consideradas ilegais. Praticamente intocável durante sua longa carreira, no final de sua vida, porém, passou a ser alvo de críticas da sociedade. Na década de 1960, passou mais tempo a censurar o telefone de congressistas e na perseguição de líderes do movimento negro do que no combate a criminosos comuns de fato.

J. Edgar Hoover



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  • antônio Luiz Ribeiro
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    antônio Luiz Ribeiro
    em 03/10/2007 14:39:00