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Gato
Nome:
Red Brant
Licenciador:
Estúdio D-Arte Ltda
País de origem:
Brasil
Criado por:
Eugenio Colonnese
,
R. F. Lucchetti
Lista de revistas com participação de Gato
Primeira aparição no:
Brasil
O fenômeno de James Bond acabou influenciando as HQs de aventuras brasileiras nos anos 60. Muitos super-heróis brazucas assimilavam a popular “fórmula” dos filmes do famoso espião inglês: as histórias de "Fantastic", "X-Man" e "Mylar", por exemplo, estavam repletas de organizações sinistras, agentes comunistas, garotas de biquini, iates, fórmulas secretas, enfim, todos os elementos que faziam sucesso nas fitas de 007.
Alguns quadrinhistas iam além: preferiam aproximar mais ainda seus personagens das aventuras de espionagem, não se limitando apenas em importar elementos do gênero. Os pioneiros na elaboração uma figura que era mistura de super-herói com agente secreto foram Rubens Lucchetti e Engênio Colonnese, quando criaram "O Gato", em 1967.
O herói era produzido no estúdio D’Arte e publicado pela editora paulista Jotaesse. O agente Red Brant — O Gato — não tinha bem um uniforme; trajava apenas uma jaqueta ou casaco e usava máscara. Colonnese calcava a fisionomia do protagonista nos traços de Sean Connery (ver) — ator que encarnou Bond na época. A diferença é que o herói brasileiro tinha olhos verdes (perdão pelo momento gay, leitores).
Os desenhos de Colonnese estavam soberbos como sempre. Apesar de "O Gato" não ser tão memorável como "Mylar" ou "X-Man", Colonnese caprichou nas garotas do Gato. Como bem notou José Eduardo Cimó, essas garotas tinham “um sensacionalismo fora do comum... as pernas, os seios, as poses, as roupas sensuais...”.
Na parte dos roteiros, além de Lucchetti, as histórias eram roteirizadas por Luiz Meri, que escreveu os nos. 1, 3 e 4 dos quatro volumes publicados. Os autores tentavam aproximar a figura do Gato ao do clássico espião inglês.
Após o cancelamento, O Gato nunca mais retornou com histórias inéditas (apenas reprize). Nem mesmo quando a D’Arte voltou, com força total, nos anos 80, se lembraram dele e de outros personagens daquele estúdio, como X-Man, Escorpião, Superargo e Mylar. Ao que parece, a D’Arte preferiu dar prioridade às HQs de terror estilo anos 50, gênero jurássico que o estúdio achava o máximo. Rodolfo Zalla, por outro lado, justificou no número 4 da “MeMo”, em 2014: “O Gato não vendeu. Foi um fracasso. Esse tema, policial, tradicionalmente vende pouco no Brasil”.
Somente em julho de 2000 alguém lembrou do velho herói, quando anunciou-se que O Gato e os outros super-heróis dos anos 60 possivelmente voltariam em “edições especiais”. Porém, nada de concreto aconteceu.
Curiosamente, em 1968, um estúdio rival, o de Edmundo Rodrigues, também veio com um personagem que era mistura de super-herói com espionagem, o Carrasco. Mas isso é outra história.
- Antônio Luiz Ribeiro
(texto publicado originalmente nos anos 90, no fanzine paraibano "Zona Total")
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Adicionado por
Antônio Luiz Ribeiro
em 27/09/2008 18:54:00
Editado por
Antônio Luiz Ribeiro
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