Vertigo: Além do Limiar


Friedrich Nietzsche



Licenciador: Personagem Real


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Friedrich Nietzsche [1844-1900], o filósofo da afirmação da vida, em lugar de utilitarismo e uniformização, propunha cultura e aprimoramento. Rebelde e provocador, o alemão se propôs a desmascarar as fundações da cultura ocidental ao mostrar que havia interesses e motivações ocultas, e não valores absolutos, como conceitos de verdade, de bem e mal. Com isso, Nietzsche aplicou um golpe nos sistemas filosóficos, morais e religiosos. Sua frase mais conhecida – “Deus está morto” – não trata apenas de ateísmo, mas da necessidade de romper a "moral de rebanho", as verdades tidas como inquestionáveis e o que é aceito por imposição, para viver as potencialidades humanas em sua plenitude. Nietzsche foi professor universitário e escreveu textos específicos sobre Educação.

O filósofo criticava o sistema escolar por ser um reforço da moral de rebanho: ao uniformizar o conhecimento e os próprios alunos, a instituição se curvava às exigências externas do mercado e do Estado. Na Educação de seu país, ele via o avanço do ensino técnico sobre todos os níveis escolares com a finalidade de preparar profissionais e servidores competentes. Em lugar da massificação e do utilitarismo, Nietzsche propunha o aprimoramento individual e uma “Educação para a cultura”. Se Nietzsche combatia a vulgarização dos conteúdos escolares, também criticava o saber voltado à erudição. Para ele, havia em sua época um excesso de cultura histórica, o qual gerava uma reverência paralisante ao passado. Com isso, sufocava-se a força do agora e impedia-se o surgimento do novo.

Mais ainda: a tendência histórico-cientificista impossibilitava a presença efetiva da Arte e da Filosofia no ensino, por se tratarem de campos de conhecimento instáveis e desafiadores, que estimulam a crítica. Sem ser contra o ensino de História nem subestimar o sentido histórico dos fatos, o filósofo via no sistema engessado um entrave para a percepção da "força plástica" do ser humano, ou seja, sua habilidade de transformar. Nietzsche lamentava que uma espécie de ditadura da praticidade tivesse causado a perda da importância da leitura e do estudo de língua nas escolas, levando à degeneração da cultura. Naquele momento, dizia ele, ou se via o idioma como um organismo morto a ser dissecado, ou se encaminhavam a escrita e a leitura para os usos meramente comunicativos, reduzindo os textos a um padrão simplificado, supostamente ágil e moderno.

Apaixonado por música, chegou a compor peças para piano. Sua carreira universitária começou a declinar com a publicação de sua primeira obra, O Nascimento da Tragédia no Espírito da Música (1872). Em 1877, publicou Humano, Demasiado Humano, na forma de aforismos. Quase cego, com freqüentes crises de enxaqueca, se aposentou em 1879. Entre 1883 e 1888, publicou, entre outros livros, Assim Falou Zaratustra e dois títulos para explicá-lo (Além do Bem e do Mal e Genealogia da Moral). Passou os últimos 11 anos de vida mergulhado na loucura e morreu em 1900, de paralisia geral, na cidade alemã de Weimar.

FONTE:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Nietzsche

Friedrich Nietzsche



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