Vertigo: Além do Limiar


El Cid



Licenciador: Personagem Real


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Rodrigo Díaz de Vivar [1043-1099], mais conhecido por El Cid (do mourisco sidi, “senhor”) e de “Campeador” (Campidoctor, Campeão), foi um nobre guerreiro castelhano do período em que a Hispânia estava dividida entre reinos rivais de cristãos e mouros (muçulmanos). Sua lenda se tornou uma referência aos cavaleiros da idade média. Rodrigo nasceu em Vivar, uma pequena aldeia próxima à cidade de Burgos, capital do Reino de Castela. Era filho de Diego Flaínez e de uma senhora com o sobrenome Rodrigues, filha de Rodrigo Álvares, membro da alta nobreza castelhana. Órfão de pai aos 15 anos foi levado à corte do Rei Fernando I de Leão, onde se tornou amigo e companheiro do infante Sancho. Sua educação se fez no monastério de San Pedro de Cardeña, onde recebeu ensinamentos sobre letras e leis.

Com a morte de Fernando I, o reino foi dividido entre seus filhos: Castela ficou para Sancho, Galiza para Garcia, Leão para Alfonso, Toro para Elvira e Zamora para Urraca. Todavia, Sancho não concordou com a divisão e passou a lutar pela reunificação e ampliação da herança paterna sob sua coroa. Nessa luta, contou com a ajuda de Rodrigo, nomeado Alferes do reino. Rodrigo tinha 23 anos quando venceu, em combate singular, o alferes de Navarra, Jimeno Garcés, façanha que lhe valeu a alcunha de “Campeador”. No ano seguinte começou a ser conhecido como "El Cid", entre os mouros. Sancho investiu contra seu irmão Alfonso – na Batalha de Golpejera – e tomou-lhe o reino de Leão. Em seguida, voltou-se contra Zamora e empreendeu o cerco do castelo onde vivia Urraca, durante o qual foi assassinado à traição por Bellido Dolfos, suspeito de ser agente de Alfonso.

Alfonso VI tornou-se rei de Castela, mas só foi coroado após prestar o Juramento de Santa Gadea, exigido por Rodrigo, no qual eximia-se de qualquer envolvimento na morte do irmão. Após esse episódio, as relações entre o Rei e Rodrigo se tornaram cada vez mais tensas, razão pela qual, em 1081, foi desterrado, pela primeira vez, de Castela. No exílio, El Cid estabeleceu vínculos com o Rei mouro da taifa de Valência, Al-Cádir, o qual se tornou seu amigo e protegido (segundo uma versão), ou seu cliente (de acordo com outra). Foi em benefício de Al-Cadir que El Cid conquistou os pequenos reinos de Albarracín e Alpuente. Em 1089, o almorávida Yusuf cruzou o estreito de Gibraltar, à frente de um numeroso exército. A invasão ameaçava a segurança de todos os reinos espanhóis, e o Rei Alfonso pediu ajuda a Rodrigo.

De volta a Castela, no entanto, não tardou para que a hostilidade voltasse a se manifestar entre ambos e El Cid fosse novamente desterrado. Nos dez anos seguintes, liderou um grande exército, conquistou e se tornou senhor dos reinos mouros de Lérida, Tortosa, Dénia, Albarracín, e Alpuente. Por volta de 1093, ao saber do assassinato de Al-Cádir, atacou a taifa de Valência e conseguiu tomá-la em junho de 1094, após 19 meses de cerco da cidade. Segundo uma versão que não o enobrece, Rodrigo teria mandado torturar e depois queimar vivo o governador da cidade, Ben Yehhaf, implicado na morte de Al-Cádir. E não teria poupado sua mulher e filhos se não fora a intervenção dos nobres cavaleiros que o seguiam. Já a versão mais difundida sustenta que ele, ao se tornar senhor de Valência, mostrou-se um governante justo e equilibrado.

Até sua morte, Rodrigo governou Valência em nome de Alfonso VII, mas, na verdade, seu poder era independente do Rei. Ao contrário da tradição lendária, a qual aprecia vê-lo morrer heroicamente em combate, El Cid morreu em uma cama de seu castelo em Valência a 10 de julho de 1099. É justamente nesse ponto da história que Rodrigo vira uma lenda. Os mouros ficaram confiantes, pois haviam finalmente matado El Cid. Sua mulher mandou amarrar seu corpo ao cavalo, sua espada à sua mão, e o mandou ao campo de batalha.

Ao ver El Cid montado em seu cavalo, passaram a fugir e foram perseguidos e derrotados por seu exército. Por isso reza a lenda que Don Rodrigo de Castella venceu uma batalha depois de morto. Seus restos mortais, juntamente com os de sua esposa, Jimena, estão sepultados na Catedral de Burgos. No cinema, El Cid foi vivido por Charlton Heston no épico de mesmo nome dirigido por Anthony Mann, em 1961, o qual também trazia Sophia Loren, no auge de sua beleza, como Jimena. Em 2020, o mítico guerreiro foi adaptado à TV em uma série produzida pela Amazon e estrelada por Jaime Lorente (O “Denver” de “La Casa de Papel”, na imagem acima).

FONTE:
https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Cid





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