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Boticário
Nome:
Pedro José de Almeida
Licenciador:
Personagem Real
Lista de revistas com participação de Boticário
Pedro José de Almeida, o Pedro Boticário [1799-1850], foi um boticário, jornalista, advogado e juiz de paz. Era homônimo de outro boticário da cidade, morto em 1807. Foi inimigo radical dos portugueses, aos quais chamava de “galegos” ou de “monstros lusitanos”. Chegou a propor aos pares farrapos a deportação dos lusitanos suspeitos à causa liberal. Em sua lista constavam mais de 400 nomes. Um dos primeiros jornalistas do Rio Grande do Sul, defensor ferrenho da liberdade de expressão, ostensivo até por demais em suas redações, regadas a uma exaltação que beirava ao descontrole. Foi redator ou colaborador de diversos jornais e tabloides, entre eles o COMPILADOR EM PORTO ALEGRE (outubro de 1831 a novembro de 1832), o qual fora redigido no Gabinete de Leitura Continentino e o ECO PORTO-ALEGRENSE.
Em fins de novembro de 1833 fundou o tabloide “Idade de Pau”, conhecido por ser tão pequeno em tamanho quanto grande em violência verbal. O próprio nome já trazia uma crítica ácida ao tabloide monarquista “Idade d'ouro do Brazil”. O aparecimento do “Idade de Pau” assinalou uma época interessante do jornalismo na província, onde nasceram vários jornalecos que em nada respeitavam uns aos outros e insultavam-se com os mais atrozes xingamentos. Assumiu como juiz de paz, em 16 de junho de 1835, pela Câmara Municipal, como juiz ira municipal, em substituição a Vicente Ferreira Gomes. Sempre se mostrou inflexível, surdo a rogos: colocava conveniências, amigos e parentes à parte, aplicava-lhes a pena conforme o rege. Em sete de dezembro de 1831 tornou-se vereador em Porto Alegre, após apresentar denúncia contra Silvestre de Souza Telles, por pretender usurpar uma área da Praça da Alfândega, onde construiu um trapiche ou coisa semelhante.
Também ofereceu a seus pares um projeto de “casa de correção com trabalho”, a fim de substituir a hedionda cadeia então existente. Na Batalha do Fanfa foram fatalmente mortos 120 farrapos, além de um grande número de feridos e 15 bocas de fogo perdidas. Naquele momento Bento Manoel – o vira-casaca, o qual naquele momento comandava as tropas imperiais – permitiu que fossem retirados muitos prisioneiros, concedeu salvo-condutos a alguns e remeteu, no dia cinco de outubro de 1836, a Porto Alegre, 12 oficiais presos, entre eles Pedro Boticário. Tal documento nenhum efeito produziu em favor ao chefe da revolução nem a seus companheiros. Foram todos embarcados no navio Presiganga, de Porto Alegre, e mais tarde transferidos às fortalezas de Santa Cruz, no Rio de Janeiro. Certa noite, eles tiveram excelente oportunidade de fuga.
Achava-se a pequena distância a embarcação que os deveria receber. Atravessaram estreito corredor subterrâneo, limaram uma grade de ferro, quando, após enorme dificuldade em mover as barras de ferro, perceberam que só Bento Gonçalves poderia passar entre as varas deslocadas. Pedro Boticário viu com tristeza que era demasiadamente gordo para fugir por ali. Conformou-se em ficar. Bento Gonçalves, porém, ao compreender a grave responsabilidade que sua fuga acarretaria ao seu leal amigo e correligionário, cedeu ao impulso de seu coração generoso e voltaram ambos ao cárcere.
Logo em seguida, em meados de 10 de agosto de 1837, o governo ordenou que Pedro Boticário fosse transferido à Fortaleza de Brum, em Pernambuco, e Bento Gonçalves à Fortaleza de S. Marcello, na Bahia. Pedro Boticário só se viu livre em 1846, após a anistia dos farrapos. Retornou a Porto Alegre, onde morreu em sete de abril de 1850, aos 51 anos. Deixou para seus filhos uma casa na praia, uma casa próxima da igreja, escravos, dinheiro com banqueiros e outras receitas provenientes de ganhos da ordem judicial. Provavelmente tenha sido enterrado no cemitério da Santa Casa de Porto Alegre, pois era o único cemitério da cidade nesta época. As causas não foram definidas e ainda não puderam ser documentadas.
FONTE:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Botic%C3%A1rio
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Adicionado por
pricardoam
em 24/05/2009 16:19:00
Editado por
Fabio Garcez
,
Márcio dos Santos
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