Vertigo: Além do Limiar


Bidu



Licenciador: Mauricio de Sousa
País de origem: Brasil
Criado por: Mauricio de Sousa

Lista de revistas com participação de Bidu

    Primeira aparição no:
  • Brasil
    Zaz Traz  n° 1 - Continental
Personagem cômico-infantil das HQs do menino "Franjinha", na linha "o garoto e seu cão". Bidu aparecia nas aventuras de Franjinha (e, mais tarde, da Mônica) como um cãozinho fiel, mas de vez em quando com histórias próprias, onde fala com objetos e outros animais.

Bidu nasceu quando Mauricio teve sua grande oportunidade de estreiar nos quadrinhos, em 1959. Foi quando o caderno de variedades da “Folha da Manhã” encomendou ao desenhista uma tira semanal. Inspirado por sua infância, Mauricio desenvolveu um tema simples, com pequenas situações envolvendo um menino e seu cachorro. O cachorro foi baseado em Cuíca, um pequeno Schnauzer que Mauricio teve quando garoto. Já o dono do cachorro tinha um pouco do próprio autor e também características de um dos sobrinhos de Mauricio. Era a primeira vez que ele usava um parente como inspiração, prática que se tornaria comum nos anos seguintes. Ao contrário de outras tiras, as histórias eram na vertical e não apresentavam textos.

A estréia da tira de Franjinha (e Bidu) se deu em 18 de julho de 1959 (um sábado). No início, a tira era semanal e os personagens não tinham nomes. Só depois que elas se tornaram diárias é que eles foram batizados, conforme explica Mauricio de Sousa:

"Corria o ano de 1959 e eu ainda era repórter policial. Mas além das reportagens, comecei a publicar tiras semanais, de alto a baixo da página do jornal, sem título. Eram historinhas mudas, como se fosse uma charge sequencial (na vertical). Saíram durante alguns meses, até que me embaraçou a falta de título. Mas não atinava com um nome. Foi quando resolvi passar uma lista pela redação solicitando sugestões para o batismo.

Choveram os nomes mais estapafúrdios, desencontrados, mas no meio deles, um antigo colega — Petinatti — indicou 'Bidu'.

Na ocasião, estava na moda a expressão 'bidu', significando esperto, adivinho. Achei que era uma boa imagem sonora para meu cachorrinho de papel. E escolhi o nome. Logo depois, achei que também precisava batizar o dono do Bidu. E como ele tinha, no desenho, uma franjinha feita como se fossem pingos, tirei dessa característica seu nome.

Quando as tiras começaram a ser publicadas diariamente, já saíam com o título 'Bidu e Franjinha'.”

Bidu, a princípio, era branco ou publicado com retículas (cinza). Na verdade, quando começou a desenhar as tiras, Mauricio não havia pensado nas cores dos personagens, pois os jornais da época eram todos em preto-e-branco. Só mais tarde o cachorrinho Bidu ficou azul, principalmente depois que foi publicado em cores a partir do número 1 (8 de setembro de 1963) do suplemento “Folhinha de S. Paulo”.

Foi lançado também um gibi do Bidu, que durou apenas oito números, pois Maurício teve que abandonar o projeto por excesso de trabalho (ele fazia tudo sozinho e ainda trabalhava como repórter). Quando voltou às bancas, em 1970, pela Editora Abril, o autor já estava preparado. Ele montou uma pequena equipe para ajudá-lo. E com a inclusão de outros roteiristas, desenhistas e arte-finalistas, o estilo dos primeiros números e das velhas tiras de jornal começou a mudar.

Quando Bidu começou a ser publicado pela Abril, ele aparecia também sozinho (sem o Franjinha). Nessas novas histórias, ele precisava se defender de cachorrões, gatos gordos e o pior de seus inimigos: o Homem da Carrocinha, que sempre levava a pior. E, naquela época, Bidu não falava, apenas latia. Mesmo no diálogo com outros animais, ele é o único que não abre a boca. As HQs com sua turma e Dona Pedra só surgiriam anos depois.


Fonte:
- Paulo Back, “Turma da Mônica Coleção Histórica” vol. 14
- Antônio Luiz Ribeiro


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