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Anwar Sadat
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Personagem Real
Lista de revistas com participação de Anwar Sadat
Nascido em uma família egipto-sudanesa pobre de 13 filhos e filhas, Muhammad Anwar Al Sadat [1918-1981] formou-se na Academia Real Militar do Cairo, diplomou-se em 1938 e atuou no corpo de telecomunicações. Participou do Movimento dos Oficiais Livres, cujo objetivo era libertar o Egito do controle britânico.
Em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, foi aprisionado pelos britânicos, pois, em suas atividades contra a ocupação britânica, havia procurado obter ajuda do Eixo. Participou de uma rede de espionagem em favor do Afrika Korps. Em 1944, conseguiu fugir, mas, em 1946, foi preso novamente, após ser implicado na morte do ministro pró-britânico Amin Uthman. Permaneceu na prisão até 1948.
Foi membro fundador do Mvimento dos Oficiais Livres, com Gamal Abdel Nasser [1918-1970]. Participou do golpe de 1952, o qual derrubou o Rei Farouk [1920-1965] e que levou Nasser ao poder. Sucedeu a Nasser como presidente do Egito em 1970. Em 1972 dispensou a missão soviética em seu país. Em 1973, Sadat, junto com a Síria, liderou o Egito na Guerra de Yom Kippur contra Israel, na tentativa de recuperar partes da Península do Sinai, a qual fora conquistada por Israel durante a Guerra dos Seis Dias.
Quando Israel prevalecia nesse conflito, a primeira vitória de Sadat guiou a restauração da moral egípcia e preparou o terreno para um acordo de paz que viria muitos anos depois. Por este motivo, ficou conhecido como o "Herói da Cruzada”. Em 1974, após perder militarmente a guerra de Yom Kippur (1973), recuperou, no acordo de separação de forças, o Canal de Suez das mãos de Israel.
Em um esforço para acelerar um acordo no Oriente Médio, visitou Israel em 1977, fato que marcou o primeiro reconhecimento daquele país por um país árabe, o que gerou fortes condenações de grande parte do mundo árabe. Em 19 de novembro de 1977, Sadat torna-se o primeiro líder árabe a visitar oficialmente Israel, altura em que se encontrou com o primeiro-ministro israelense Menachem Begin [1913-1992] e falou perante o Knesset, em Jerusalém.
Fez a visita a convite de Begin, na tentativa de obter um acordo de paz permanente, enquanto muitos do mundo árabe se sentiram ultrajados por essa aproximação com Israel. Em 1978, tal tentativa resultou no Acordo de Camp David, sob a chancela do então presidente americano Jimmy Carter [1924- ], pelo qual Sadat e Begin recebem o Prêmio Nobel da Paz. Ele é considerado um dos pioneiros do neoliberalismo dos anos 1970/80.
Na frente econômica, lançou a política Infitah (abertura), a qual visa atrair o investimento estrangeiro, reduz o papel do Estado e promove as relações com os EUA. Em 1975, havia mais de 500 milionários no Egito, mas mais de 40% da população vivia abaixo da linha de pobreza e as favelas se desenvolviam em torno da capital.
Além disso, o país acumulou uma dívida monumental durante os anos da Infitah. Para o reestruturar, o FMI apelou à abolição de todos os subsídios aos produtos de base, o que conduziu a motins em janeiro de 1977. O governo envolveu o exército, o que gerou um número desconhecido de vítimas. A reorientação da economia levou Sadat a buscar o apoio das elites rurais tradicionais, cuja influência havia declinado sob o nasserismo.
Os agricultores foram expulsos das terras em disputa. Nas cidades, para fragilizar as organizações nasserianas e marxistas, Sadat libertou milhares de prisioneiros islâmicos e concedeu-lhes liberdades políticas. Em 1972, as autoridades mandaram transportar militantes islâmicos em veículos estatais para recuperarem violentamente o controlo das universidades e os líderes estudantis de esquerda foram detidos.
Fortalecida por essa aliança com o governo, a Gamaa al-Islamiy ganhou influência e a sociedade egípcia tornou-se islamizada, também por causa do fortalecimento das relações com a Arábia Saudita. Por último, a Gamaa al-Islamiy dividiu-se em duas facções: uma a favor do Governo de Sadat, o qual pretendeu prosseguir esta islamização através de reformas, e a outra orientada para o terrorismo.
Na década de 1980, o governo favoreceu a saída de militantes dessa segunda facção para o Afeganistão, com o apoio financeiro da Arábia Saudita. Entretanto, a ação foi extremamente impopular no Mundo Árabe e, especialmente, entre os fundamentalistas muçulmanos, os quais acreditavam que apenas a ameaça ou o uso da força faria Israel negociar a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, e o acordo de Camp David removia as possibilidades de o Egito ser parte dessa ameaça.
Como parte do acordo, Israel retirou-se da Península do Sinai e retornou à área inteira para o Egito em 1983. Sadat foi assassinado em seis de outubro de 1981, durante uma parada militar no Cairo, por membros da Jihad Islâmica Egípcia infiltrados no exército, parte da organização egípcia que se opunha ao acordo de paz com Israel e a entrega da Faixa de Gaza ao Estado Judeu. Foi sucedido pelo seu vice-presidente Hosni
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Adicionado por
Antônio Luiz Ribeiro
em 07/11/2008 14:03:00
Editado por
Fabio Garcez
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