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Angelo Agostini



Licenciador: Personagem Real


Lista de revistas com participação de Angelo Agostini

O desenhista Angelo Agostini [1843-1910] nasceu em Vercelli, Itália, mas firmou carreira no Brasil e foi o mais importante artista gráfico do Segundo Reinado [1840-1889]. Sua carreira teve início quando estouravam os primeiros combates da Guerra do Paraguai [1864-1870] e prolongou-se por mais de quarenta anos. Em seus últimos trabalhos, testemunhou a queda do Império e a consolidação da República oligárquica.

Viveu a infância e a adolescência em Paris e, em 1859, aos 16 anos, foi para São Paulo com a mãe, a cantora lírica Raquel Agostini. Em 1864 deu início à carreira de cartunista, quando fundou o Diabo Coxo, primeiro jornal ilustrado publicado em São Paulo, o qual contava com textos do poeta abolicionista Luís Gama [1830-1852]. Este periódico, apesar de ter obtido repercussão, teve duração efêmera e terminou em 1865.

O artista lançou, no ano seguinte, o periódico intitulado O Cabrião, cuja sede chegou a ser depredada devido aos constantes ataques de Agostini ao clero e às elites escravocratas paulistas. Com a falência deste em 1867, Agostini mudou-se para o Rio de Janeiro, onde desenvolveu intensa atividade em favor da abolição da escravatura, pelo que realizava diversas representações satíricas de D. Pedro II [1825-1891].

Colaborou, tanto com desenhos quanto com textos, com as publicações O Mosquito e A Vida Fluminense. Nesta última publicou, em 30 de janeiro de 1869, “As Aventuras de Nhô Quim ou Impressões de Uma Viagem à Corte”, considerada a primeira história em quadrinhos brasileira e uma das mais antigas do mundo. Em 1º de janeiro de 1876 fundou a Revista Illustrada, um marco editorial no país à época.

Nela criou o personagem Zé Caipora (1883), o qual foi retomado em O Malho e, posteriormente, na Don Quixote. Este foi republicado, em fascículos, em 1886, e, para alguns autores, foi esta a primeira revista em quadrinhos com um personagem fixo a ser lançada no Brasil. A Revista Ilustrada, de Angelo Agostini, periódico republicano, retratava Antônio Conselheiro de forma caricatural.

No Rio de Janeiro, já casado, se envolveu em novas complicações ao se tornar amante de sua aluna, Abigail de Andrade [1864-1890], natural de Vassouras, Rio de Janeiro. Artista promissora, única mulher a receber uma medalha de ouro por trabalhos expostos no Salão Imperial de 1884, Abigail recebeu elogios por parte dos críticos da época.

O relacionamento amoroso, a gravidez e o nascimento, em 1888, da filha Angelina causaram grande escândalo na cidade e obrigaram o casal a partir para Paris em outubro daquele ano. Na França um novo drama envolveu Agostini: em abril de 1890 nasceu seu filho Angelo. Este morreu ainda bebê e, logo depois, a mãe. Angelo Agostini retornou então ao Rio de Janeiro com a filha, a qual se tornou pintora e veio a morrer em 1973.

De volta ao Brasil, Agostini fundou a revista Don Quixote (1895-1906) e trabalhou na revista O Tico Tico, onde retomou Zé Caipora, cujas histórias foram publicadas até dezembro de 1906. Trabalhou ainda na revista O Malho e na Gazeta de Notícias. Seu nome serviu de inspiração ao Prêmio Angelo Agostini, anualmente concedido pela Associação de Quadrinistas e Caricaturistas de São Paulo aos melhores do ramo e para a criação do Dia do Quadrinho Nacional, comemorado em 30 de janeiro.

FONTE:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Angelo_Agostini

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  • zurgk
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    zurgk
    em 02/09/2011 16:02:00
    Editado por Fabio Garcez