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Amigo da Onça



Licenciador: sem licenciador
Criado por: Péricles de Andrade Maranhão - ‘Péricles’

Lista de revistas com participação de Amigo da Onça

A charge do Amigo da Onça (geralmente publicada em uma página inteira, a cores) saiu pela primeira vez na revista “O Cruzeiro” em 23 de outubro de 1943. Com desenho do criador, foi publicada semanalmente por 17 anos ininterruptos. Depois do suicídio de Péricles, foi continuada por Carlos Estêvão por mais alguns anos e, nos anos 90, por Jal & Kipper.

Mas como nasceu o personagem? Em 1943, Leão Gondim, editor da revista brasileira, teve a ideia de criar um personagem fixo para “O Cruzeiro”, inspirado no cartum "Enemies of Man" da revista Esquire e em "El enemigo del Hombre ", personagem criado por Guillermo Divito para a revista argentina Patoruzú e publicado na revista O Guri como "Amigo Urso". O malandro já tinham até o nome, adaptado de uma anedota que fazia sucesso (*):

Dois caçadores conversavam em seu acampamento.

- O que você faria se estivesse agora na selva e uma onça aparecesse na sua frente?

- Dava um tiro nela.

- Mas se você não tivesse nenhuma arma de fogo?

- Bom, então matava ela com meu facão.

- E se você estivesse sem facão?

- Apanhava um pedaço de pau.

- E se não tivesse pedaço de pau?

- Subiria na árvore mais próxima.

- E se não tivesse nenhuma árvore?

- Saía correndo.

- E se você estivesse paralisado pelo medo?

Então o outro, já irritado, retruca finalmente:

- Mas, afinal, você é meu amigo ou amigo da onça?

Era o Amigo da Onça. Este se divertia promovendo o azar dos outros. Seria hoje classificado como um personagem "politicamente incorreto".

A revista precisava de alguém para traçar o seu perfil e desenhar as piadas. Convidaram inicialmente Augusto Rodrigues, que recusou. Convidaram então Péricles, que deu vida ao personagem. Péricles tinha 1,75 metros de altura e andava sempre bem vestido, de paletó de linho e bigodinho bem tratado. Parecido com a cria. (*)

“O Amigo da Onça” tornou-se um dos personagens mais populares do país. O êxito foi absoluto em todo o Brasil: aparecia em bonequinhos, máscaras de carnaval, reproduções diversas e até personagem em teatro de comédia, sem que Péricles nada recebesse por isso. Tão célebre se tornou que, hoje, chamamos “amigo da onça” a alguém que se passa por nosso amigo para nos prejudicar.


Notas e fontes
(*) “Almanaque doAmigo da Onça”, Editora Busca Vida, 1988.

Amigo da Onça



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