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Ademar de Barros
Licenciador:
Personagem Real
País de origem:
Brasil
Lista de revistas com participação de Ademar de Barros
Ademar Pereira de Barros nasceu em Piracicaba (SP) no dia 22 de abril de 1901. Bacharelou-se médico em 1923. Trabalhou no Instituto Osvaldo Cruz até a eclosão da Revolução Constitucionalista de São Paulo. Ingressou no Partido Republicano Paulista (PRP) para concorrer às eleições de outubro de 1934 para a Assembleia Constituinte do estado de São Paulo. Eleito, participou, em 1935, da elaboração da Constituição de São Paulo e permaneceu na Câmara Estadual durante a legislatura ordinária subsequente. Em 1936, desligou-se do Executivo estadual a fim de dedicar-se à articulação da sua candidatura à presidência da República nas eleições previstas para janeiro de 1938. Entretanto, em 10 de novembro de 1937, um golpe militar chefiado pelo próprio presidente Vargas implantou o Estado Novo, cancelou as eleições e suprimiu os partidos políticos e os órgãos legislativos do país.
Ademar perdeu seu mandato de deputado estadual. Com o advento do Estado Novo, os estados voltaram a ser governados por interventores federais nomeados pelo presidente da República. Em abril de 1938, Ademar tornou-se interventor do governo de São Paulo. Em quatro de junho de 1941, Vargas nomeou seu ministro da Agricultura, Fernando Costa, para substituir Ademar de Barros na interventoria de São Paulo. Em 1947, foi eleito governador de São Paulo. Sua administração se caracterizou pela realização de grandes obras públicas. Deixou o cargo em 1951. Logo depois de empossado, Jânio Quadros começou a empreender uma vasta campanha de desmoralização pessoal e administrativa de Ademar. Sujeito a esses violentos ataques, Ademar teve nas eleições presidenciais de 1955 uma possibilidade de reafirmar seu prestígio e sua força política em nível nacional.
Mesmo sem contar com o apoio das forças getulistas, procurou atrair a preferência do eleitorado popular com uma campanha fundamentalmente antiudenista. Logo após as eleições, Jânio Quadros voltou à ofensiva com o objetivo de liquidar politicamente Ademar de Barros. Em março de 1956, o ex-governador foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo a dois anos de reclusão. Em nove de maio de 1956, o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu habeas-corpus a Ademar. Disposto a retornar ativamente à política, começou a articular sua candidatura à prefeitura de São Paulo em 1957. Vitorioso, foi um importante passo para a recuperação da sua força e a preparação do seu novo enfrentamento com Jânio nas eleições para a sucessão estadual, em outubro de 1958.
Em abril de 1961, viajou a Paris, onde estabeleceu residência temporária. A renúncia do presidente Jânio Quadros em 25 de agosto e a crise subsequente redefiniram profundamente o quadro político nacional. Tais mudanças afetaram diretamente as possibilidades eleitorais de Ademar. Durante a fase parlamentarista, o PSP aliou-se à UDN no combate ao retorno do presidencialismo desejado pelos partidários de Goulart. Essa linha geral foi reafirmada por Ademar após o lançamento de sua candidatura ao governo de São Paulo, na convenção do PSP, reunida no início de 1962. Ademar venceu o pleito, realizado em outubro de 1962. Assumiu a posição de defensor intransigente dos valores tradicionais da sociedade brasileira, os quais estariam ameaçados pela “comunização do país”.
No dia da eclosão do movimento político-militar que derrubou Goulart – 31 de março de 1964 –, Ademar discursou em cadeia estadual de rádio e TV. Afirmou que a sublevação contava com o apoio do governo paulista e do II Exército, chefiado pelo general Amauri Kruel. Em cinco de abril, apoiou formalmente a indicação do general Humberto Castelo Branco e orientou a bancada pessepista na Câmara Federal para sufragar seu nome. Apesar disso, não conseguiu influir na composição do novo ministério, principalmente devido às restrições que a seção paulista da UDN fazia a seu nome. Em 11 de março de 1966, exigiu publicamente a renúncia de Castelo Branco e dois dias depois lançou um manifesto no qual denunciou as "manobras continuístas" do presidente e exigiu a imediata restauração da democracia do país.
Em quatro de junho de 1966, Castelo Branco se reuniu com os generais Golberi do Couto e Silva (chefe do Serviço Nacional de Informações) e Ernesto Geisel (chefe do Gabinete Militar da Presidência), e os ministros Mem de Sá (da Justiça), Otávio Gouveia de Bulhões (da Fazenda) e Pedro Aleixo (da Educação), com a decisão de cassar o mandato e suspender por dez anos os direitos políticos de Ademar. Assim, sua cassação foi assinada em cinco de junho de 1966. Ameaçado de prisão, deixou o país em sete de junho. Exerceu ainda diversas atividades empresariais. Casou-se com Leonor Mendes de Barros, com quem teve dois filhos. Morreu em Paris, França, no dia 12 de março de 1969. De estilo populista, dizia-se dele ser do tipo que "roubava, mas fazia".
FONTE: https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/biografias/ademar_de_barros
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Adicionado por
Antônio Luiz Ribeiro
em 11/09/2010 19:34:00
Editado por
Fabio Garcez
,
Marcos Genesio Trevisan
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