Títulos publicados pela Ebal A editora tem
551 títulos cadastrados no site, somando
10394 edições no total.
A Editora Brasil-América Limitada (EBAL) foi fundada em 1945, no Rio de Janeiro, por Adolfo Aizen, considerado o “pai dos quadrinhos no Brasil”. Antes da EBAL, Aizen já havia lançado o Suplemento Juvenil em 1934, que apresentava personagens como Flash Gordon, Tarzan e Mandrake. Com a criação da EBAL, buscou dar um passo adiante, profissionalizando e ampliando a publicação de histórias em quadrinhos no país. Com sede no bairro de São Cristovão, no Rio, em frente ao estádio São Januário (do Vasco da Gama), em seu período áureo a empresa era dirigida também por Paulo Adolfo Aizen e Naumin Aizen (filhos de Adolfo), bem como pelo jornalista Fernando Albagli. A primeira revista da editora foi "O Herói", que reunia personagens da americana Fiction House.
O primeiro lançamento oficial da EBAL foi a revista "O Herói", em julho de 1947. Essa publicação apresentava uma variedade de histórias, incluindo aventuras de faroeste e heróis das selvas. No mesmo ano a editora lançou a revista "Superman", marcando a primeira vez que o personagem teve uma publicação própria no Brasil.
Entre as décadas de 1950 e 1970, a EBAL viveu seu auge e tornou-se a maior editora de quadrinhos do Brasil. Nesse período, publicou personagens marcantes e coleções memoráveis.
Principais títulos:
* DC Comics: Superman, Batman, Mulher-Maravilha e outros heróis.
* Aventuras clássicas: Tarzan, Príncipe Valente, Flash Gordon.
* Clássicos Ilustrados: adaptações de obras da literatura mundial em HQs.
* Disney (anos iniciais): publicou títulos com Mickey, Donald e cia. antes da Abril assumir os direitos.
Em 1967, a EBAL adquiriu os direitos de publicação dos personagens da Marvel Comics, como Capitão América, Hulk, Thor, Namor e Homem de Ferro. Essa iniciativa coincidiu com a exibição dos desenhos animados desses heróis na televisão brasileira, ampliando ainda mais sua popularidade. Uma campanha promocional em parceria com os postos Shell distribuiu edições especiais gratuitamente, aumentando a visibilidade dos personagens.
A EBAL ficou conhecida pelo seu cuidado editorial: textos didáticos, linguagem formal e incentivo à leitura crítica, além de capas memoráveis e acabamento de qualidade.
Nos anos 1980 e 1990, a EBAL começou a perder espaço no mercado:
* A concorrência cresceu, principalmente com a Editora Abril e outras editoras que investiam em formatos mais modernos.
* O estilo editorial da EBAL ficou datado, com traduções excessivamente formais e pouca adaptação às novas gerações.
* Perdeu os direitos de publicação de várias franquias importantes.
* Passou por dificuldades financeiras e perdeu relevância no mercado.
Encerramento
A EBAL encerrou suas atividades em 1995, após 50 anos de atuação. Sua última fase foi marcada por tiragens menores e títulos mais nichados, voltados para colecionadores. A editora foi fundamental na formação de gerações de leitores brasileiros, introduzindo-os ao universo dos quadrinhos e incentivando a leitura de clássicos da literatura através de suas adaptações. As edições da EBAL são até hoje valorizadas por colecionadores e estudiosos, refletindo sua importância na história editorial do Brasil.