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Toninho Mendes



País de nascimento: Brasil
30 de abril de 1954
18 de janeiro de 2017

Lista de revistas com trabalhos de Toninho Mendes
Veja lista detalhada dos trabalhos


Antônio Mendes Neto era o nome completo deste paulista de Itapeva. Começou a lançar, por conta própria, suas primeiras publicações em 1980. Na mesma época, criou sua própria editora, a Marco Zero. Quatro anos depois, um amigo se ofereceu para bancar uma nova empreitada editorial. O plano era lançar alguns livros de humor em abril de 1984. Como Toninho não registrou o nome de sua editora, a marca Marco Zero já tinha outro dono. O jeito foi criar outra empresa. Nascia assim a Circo Editorial, com logo criado por Hélio de Almeida.

Criou a famosa revista humorística “Chiclete com Banana”, lançada em 1985 pelo selo da Circo em associação com outro editor, Arlindo Mungioli (dono da editora Análise). Com o bom resultado do número 1, a dupla recebeu carta branca para tocar a edição 2. Mas, pouco antes da nova “Chiclete” entrar na gráfica, Mungioli abandonou o barco. Uma das HQs da revista de estreia, focada em drogas, tinha lhe criado problemas com a família. “Fora que na 'Chiclete' 2 a gente colocou uma história antológica do Paulo Caruso em que ele tirava sarro dos comunistas. E o Arlindo era muito ligado ao partido comunista naquela época”, esclareceu Mendes em matéria publicada pela revista “Mundo dos Super-Heróis” 54.

Com a saída de Mungioli, Mendes passou a contar com a ajuda do desenhista Angeli na edição. O quadrinhista criou até um personagem encarnado por Mendes, o Pequeno Lobatinho, que rendeu várias fotonovelas.

Como empresário da editora, Mendes tinha que lidar com problemas como a inflação da época, tinha que comprar papel, negociar com distribuidores, pagar funcionários, controlar estoques etc. Era coisa demais para uma pessoa que também encabeçava a parte artística da Circo. “Fora isso, havia as loucuras da minha vida. Muita droga, mulher, bebida... Se existe a nau dos insensatos, eu sou a própria insensatez”, desabafou o editor. “Faltou alguém para me ajudar na administração. Por exemplo: na tiragem da revista da morte da Rê Bordosa, fizemos 100 mil e vendeu tudo. Se eu tivesse alguém para me assessorar, teríamos feito 300 mil. Eu não tive essa visão”.

Para diminuir sua carga de trabalho, Toninho decidiu criar outra empresa, a Palhaço, uma espécie de selo da Circo, e mandou “Geraldão” e “Níquel Náusea” para serem tocados por outros funcionários da editora. Foi um erro crasso de estratégia, pois o pessoal da Palhaço começou a vender assinaturas do Geraldão e não entregava as revistas aos assinantes.

Em 1992, com o cancelamento de títulos, a Circo entrou um uma nova fase, funcionando mais como estúdio.

Após fazer uma parceria com a editora Sampa, de Carlos Casamata, que cuidava da compra de papel, impressão e distribuição, Mendes lançou uma nova leva de revistas, com os mesmos autores da casa: Laerte, Glauco e Angeli. Mas os tempos eram outros e tudo parecia uma sombra do que foi a Circo, pois muito do conteúdo vinha de republicações e das tiras já publicadas na “Folha de S. Paulo”.

A Circo publicou revistas em quadrinhos até 1995. Depois de tantas desventuras, Mendes fechou de vez sua editora e foi trabalhar no Bank Boston, editando o jornal interno do banco. Ficou lá para refletir o que faria de sua carreira e só voltou ao mercado de quadrinhos de humor em 2000, numa parceria com a Devir. A partir daí, continuava editando os trabalhos de seus amigos, mas agora praticamente só em formato de álbuns e livros lançados por sua nova editora, a Peixe Grande, em parceria com outras editoras.

Toninho Mendes faleceu aos 62 anos, vítima de um acidente doméstico. Chegou a ser socorrido, mas morreu a caminho do hospital.


Toninho Mendes


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  • Antonio Pontes Junior
  • Adicionado por
    Antonio Pontes Junior
    em 09/12/2007 03:44:00