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Millôr Fernandes



País de nascimento: Brasil
16 de agosto de 1923
27 de março de 2012

Lista de revistas com trabalhos de Millôr Fernandes
Veja lista detalhada dos trabalhos


Millôr Viola Fernandes nasceu no subúrbio do Meyer, Rio de Janeiro. Foi desenhista, humorista, dramaturgo, escritor, poeta, tradutor e jornalista brasileiro. Em maio de 1938, iniciou sua carreira de jornalista como repaginador na revista O Cruzeiro.
Aos 16 anos foi convocado a preencher uma lacuna de publicidade da revista “A Cigarra”. O sucesso foi tamanho que a coluna se tornou fixa, marcando o surgimento do pseudônimo Vão Gogo e da seção Poste escrito. Millôr continuou fazendo seus versos, estreando em 1945 a seção "O Pif-Paf”, que depois virou revista e foi considerada uma das pioneiras da imprensa alternativa. No ano seguinte lançou “Eva sem costela”, assinando como “Adão Júnior”.
Em 1948, roteirizou a tira de jornal “Ignorabus, o contador de histórias”, publicada no Diário da Noite. Em 1949 lançou o livro “Tempo e Contratempo”, sob o pseudônimo Emmanuel Vão Gogo. Com seu primeiro roteiro cinematográfico, "Modelo 19", e o filme, “O amanhã será melhor”, venceu cinco prêmios Governador do Estado de SP, sendo agraciado com o de "melhores diálogos".
Em 1960, estreou no Teatro da Praça, no Rio, a peça “Um elefante no caos”, que lhe rendeu o prêmio de melhor autor da Comissão Municipal de Teatro. Na mesma época colaborou com o cineasta Carlos Hugo Christensen, nos roteiros dos filmes Amor para Três (1960), Esse Rio que Eu Amo (1962), Crônica da Cidade Amada (1965) e O Menino e o Vento (1967). Trabalhou uma semana na Tribuna da Imprensa e foi demitido por ter escrito um artigo sobre a corrupção nos meios de comunicação. Em solidariedade, também se demitiram os editores Mário Faustino e Paulo Francis.
Em 1963, Millôr colaborou com o jornal Correio da Manhã, por um ano. Um mês após o golpe militar no Brasil, lança a revista “Pif-Paf”, que durou apenas 8 números. Com sede em seu estúdio e edição quinzenal, a publicação contou com Stanislaw Ponte Preta, Ziraldo, Jaguar e Claudius. O conceito da revista era liberdade e humor, e ainda assim foi perseguida.
A polêmica que resultou na exoneração de Millôr dos Diários Associados decorreu dos desenhos de “A verdadeira história do paraíso”. Considerado uma obra-prima da iconoclastia, o trabalho já havia sido apresentado na TV e encenado no teatro. Foi vendido como matéria especial para “O Cruzeiro” em 1963 e publicado em 10 páginas impressas em quatro cores. A edição provocou a indignação católica, que alcançou a direção da revista, fazendo com que o número seguinte trouxesse uma tentativa de retratação. Ao retornar de Portugal foi recebido por uma carta de demissão e a acusação de fazer "matéria insultuosa às convicções religiosas do povo brasileiro". Em 1968, colaborou com a revista Veja, iniciando uma longa relação profissional com a Editora Abril.
Apesar de não integrar a equipe fundadora do jornal O Pasquim, a influência pela experiência de Millôr com o "Pif-Paf" foi definitiva no surgimento do jornal. Millôr esteve presente nos primórdios do semanário. Foi uma das principais forças do Pasquim na ocasião em que grande parte dos colaboradores foram presos pela ditadura após publicação de uma paródia do quadro Independência ou Morte, onde D. Pedro I foi posto dizendo a frase "Eu quero é mocotó". Em 1970 os militares prenderam os responsáveis pela editoria: Sérgio Cabral, Tarso de Castro, Ziraldo, Fortuna, Paulo Francis, Luiz Carlos Maciel e Flávio Rangel. Com a redação desfalcada, Millôr e Henfil, com apoio de colaboradores como Chico Buarque, Glauber Rocha e Odete Lara, trabalharam para manter o jornal funcionando, que não deixou de circular uma só vez. . Em 1972 assumiu a presidência do Pasquim e o jornal permaneceu sob censura prévia até 1975, quando foi dispensado de submeter seu material à censura. A liberação coincidiu com a edição n° 300 do semanário, que apesar da dispensa da censura foi apreendido por ordem de Armando Falcão. Millôr defendeu então, que a edição seguinte fosse dedicada a satirizar o Ministro da Justiça, mas sem apoio da equipe, deixou o jornal, cumprido a missão de reorganizar as finanças e salvá-lo da falência. No mesmo ano, expôs 25 quadros “em branco, mas com significado”, na Galeria Grafitti, no Rio. Em 1976, escreveu para Fernanda Montenegro a peça “É...”, encenada no Teatro Maison de France, no Rio e acabou por se tornar seu maior sucesso teatral.
Como dramaturgo, alcançou sucessos como Liberdade, Liberdade. Como artista gráfico expôs trabalhos em várias galerias de arte e no Museu de Arte Moderna do Rio. Fez roteiros de filmes, programas de TV, shows e musicais e foi um dos mais solicitados tradutores de teatro do país. Em 2000 lançou o site Millôr Online, no qual publicou novos textos, desenhos, resgatou antigos trabalhos e fez grande sucesso. Com passagem pelos veículos impressos mais importantes do Brasil, Millôr é considerado uma das principais figuras da imprensa brasileira no século XX.



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  • Antônio Luiz Ribeiro
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    Antônio Luiz Ribeiro
    em 28/09/2010 21:17:00