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Circo


Títulos publicados pela Circo
A editora tem 22 títulos cadastrados no site, somando 140 edições no total.

Editora paulistana, fundada em 1984 por Toninho Mendes. As raízes da Circo datam de 1980, quando Toninho começou a lançar, por conta própria, suas primeiras publicações. Na mesma época, criou sua própria editora, a Marco Zero. Quatro anos depois, um amigo se ofereceu para bancar uma nova empreitada editorial. O plano era lançar alguns livros de humor em abril de 1984. Como Toninho não registrou o nome de sua editora, a marca Marco Zero já tinha outro dono. O jeito foi criar outra empresa. Nascia assim a Circo Editorial, com logo criado por Hélio de Almeida. Os dois convidados para inaugurar o catálogo da Circo foram Chico Caruso e Angeli. A distribuição nas livrarias ficaria a cargo da editora Brasiliense.

Toninho se associou a outro colega, Arlindo Mungioli (dono da editora Análise) para lançar, em 1985, a “Chiclete com Banana”. Com o bom resultado do número 1, a dupla recebeu carta branca para tocar a edição 2. Mas, pouco antes da nova “Chiclete” entrar na gráfica, Mungioli abandonou o barco. Uma das HQs da revista de estreia, focada em drogas, tinha lhe criado problemas com a família. “Fora que na 'Chiclete' 2 a gente colocou uma história antológica do Paulo Caruso em que ele tirava sarro dos comunistas. E o Arlindo era muito ligado ao partido comunista naquela época”, esclareceu Mendes em matéria publicada pela revista “Mundo dos Super-Heróis” 54.

Com a saída de Mungioli, Mendes passou a contar com a ajuda do desenhista Angeli na edição. O quadrinhista criou até um personagem encarnado por Mendes, o Pequeno Lobatinho, que rendeu várias fotonovelas.

O sucesso da “Chiclete com Banana” permitiu à editora alugar uma sede no bairro da Pompeia e criar outros títulos, como a revista “Circo”.

Como empresário da editora, Mendes tinha que lidar com problemas como a inflação da época, tinha que comprar papel, negociar com distribuidores, pagar funcionários, controlar estoques etc. Era coisa demais para uma pessoa que também encabeçava a parte artística da Circo. “Fora isso, havia as locuras da minha vida. Muita droga, mulher, bebida... Se existe a nau dos insensatos, eu sou a própria insensatez”, desabafou o editor. “Faltou alguém para me ajudar na administração. Por exemplo: na tiragem da revsta da morte da Rê Bordosa, fizemos 100 mil e vendeu tudo. Se eu tivesse alguém para me acessorar, teríamos feito 300 mil. Eu não tive essa visão”.

Outra crise surgiu no final de 1987, quando a revista “Circo” ficou desfalcada da presença de Luiz Gê, que foi estudar design em Londres. Inicialmente ele ficaria um ano por lá, mas a estadia se estendeu por dois anos.

Em 1992, com o cancelamento de títulos, a Circo entrou um uma nova fase, funcionando mais como estúdio.

Após fazer uma parceria com a editora Sampa, de Carlos Casamata, que cuidava da compra de papel, impressão e distribuição, Mendes lançou uma nova leva de revistas, com os mesmos autores da casa: Laerte, Glauco e Angeli. Mas os tempos eram outros e tudo parecia uma sombra do que foi a Circo, pois muito do conteúdo vinha de republicações e dasm tiras já publicadas na “Folha de S. Paulo”.

A Circo publicou revistas em quadrinhos até 1995.