Vertigo: Além do Limiar


Quarteto Fantástico



Nome original: Fantastic Four
Licenciador: Marvel Comics
País de origem: Estados Unidos da América
Criado por: Jack Kirby, Stan Lee

Lista de revistas com participação de Quarteto Fantástico

    Primeira aparição no:
  • País de origem
    Fantastic Four (1961)  n° 1 - Marvel Comics
  • Brasil
    Príncipe Submarino e O Incrível Hulk (Super X)  n° 12 - Ebal
Equipe de super-heróis de quadrinhos também conhecida, no Brasil e em Portugal, pela tradução mais literal de “Os Quatro Fantásticos”, denominação que caiu em desuso.

Os autores, Stan Lee e Jack Kirby, sempre discordaram de como o Quarteto surgiu. Lee costuma contar que, em 1961, o dono da editora Marvel, Martin Goodman, estava jogando golfe com alguém ligado à editora rival DC, e que este se gabava do sucesso de um novo grupo de super-heróis da DC, a Liga da Justiça. Goodman então incumbiu Lee, seu editor na época, de criar um gibi semelhante. Lee então teria datilografado uma sinopse para Kirby desenvolver a trama. Kirby, no entanto, afirmava que ele já trouxe pronto o Quarteto para a Marvel, baseado em uma antiga HQ sua, “Os Desfiadores do Desconhecido”. Ainda segundo Kirby, Lee apenas acrescentou os balões de diálogo. Embora exista preservada a sinopse datilografada citada por Lee, Earl Wells, do “Comics Journal”, lembra que a existência dessa sinopse não prova a versão de Lee: “Não temos como saber se Lee escreveu a sinopse depois de dicutí-la com Kirby e que se este último forneceu a maioria das idéias”.

Como a maioria dos personagens criados pela Marvel na década de 60, o Quarteto deve seus poderes à radiação (no caso, a radiação cósmica, com a qual foram acidentalmente bombardeados durante viagem espacial). Mas o clichê acaba aqui, porque os integrantes do Quarteto eram diferentes dos outros super-heróis de “comic books” (os gibis americanos) publicados até então: não usavam trajes coloridos (algumas edições depois, os autores resolveram dar-lhes um uniforme azul), não eram amigáveis, eram imperfeitos, brigavam entre si mas que, eventualmente, se juntavam quando a situação apertava.

Embora a formação do grupo mudasse ocasionalmente no decorrer das décadas, a equipe consiste geralmente dos quatro amigos originais:

Senhor Fantástico (Reed Richards), líder do grupo, um cientista que pode esticar seu corpo;

Mulher Invisível (Susan Storm Richards), mulher de Reed, que pode se tornar invisível e criar campos de força de qualquer formato;

Tocha Humana (Johnny Storm): irmão de Sue, que pode envolver seu corpo em chamas e voar;

O Coisa (Ben Grimm), o amigo rabugento dos Richards, que possui super-força e cujo corpo é feito da rocha alaranjada.

Com apenas três edições, o roteirista/editor Stan Lee percebeu que tinha dinamite nas mãos e aproveitou para resgatar um velho herói da editora, Namor, do ostracismo e, de tabela, inserir sua segunda mais original sacada após a humanização dos super-heróis: a continuidade. A partir do “Quarteto”, todos os personagens criados por Lee, Jack Kirby e outros desenhistas da editora (Steve Ditko, John Buscema, Rich Bucker, Joe Sinnott, John Byrne etc.) sempre se lembrariam de eventos passados, e tudo que aconteceu antes teria conseqüência depois. Se um personagem quebrasse um braço, com certeza no próximo número iria aparecer com gesso. A frase “continua no próximo número” virou lugar-comum nos gibis editados pela Marvel, incutindo na cabeça da garotada que o melhor sempre estava por vir.

“Quarteto Fantástico” iniciou a renovação da Marvel que ocorreu na década de 1960 sob o comando de Lee e Kirby. Embora a partir dos anos 70 o título tenha ficada pasteurizado e as histórias já não fossem tão memoráveis, o Quarteto permaneceu popular no decorrer das décadas. Houve ainda três séries relativamente bem sucedidas de desenhos animados e quatro filmes: uma produção “B” em 1994 e três filmes milionários produzidos entre 2005 e 2015. Apesar de tudo, a revista foi perdendo o fôlego nos últimos anos. Nem apelações de marketing como a inclusão do Homem-Aranha e das constantes trocas de uniformes seduziram os leitores e a revista “Fantastic Four” teve um fim melancólico: foi cancelada no n° 645, em abril de 2015, 54 anos após sua estréia. As baixas vendas e a disputa pelos direitos cinematográficos entre a Marvel e a Fox foram os motivos principais.


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